O INVESTIMENTO EM HOTELARIA NA CIDADE DE LISBOA

Recebi recentemente o relatório da Cushman & Wakefield relativamente à evolução do mercado Hoteleiro em Lisboa de 2000 a 2008.
Dado a pertinência do mesmo, numa altura de recessão e crise, as suas conclusões são de extrema importância, pois revelam e confirmam o que à muito eu já temia.

Lisboa é uma cidade que cresce sem estratégia, sem mais valia para o cliente, e em breve poderá verificar-se um colapso das estruturas hoteleiras existentes.

Para consolidar estes factos, veja-se a ausência de cadeias internacionais de renome na cidade, a saída daquelas que durante algum tempo foram a referência, e o investimento desenfreado em oferta hoteleira sem qualquer análise de posicionamento ou de mercado. Pior que tudo isso, as novas ofertas não são diferenciadoras, não criam valor acrescentado ao destino, e não inovam!

Se temos actualmente um crise conjuntural, que irá passar brevemente, temos mais do que isso, uma grave crise estrutural, que quando a crise económica passar se irá manter.
Temos uma crise de identidade, de inovação de produto, de politicas de distribuição, de estratégia, de planeamento, um completo alheamento da realidade.

É necessário reflectir...de repensar a oferta, a distribuição, o serviço, o produto e o destino.

Algo de preocupante é a "ausência" de hoteleiros detentores do capital e das estruturas. Os proprietários e accionistas, da generalidade da nossa oferta hoteleira, pouco ou nada sabe de hotelaria. As decisões que tomam são, por vezes, verdadeiros atentados à gestão hoteleira.
Uma decisão tomada, sem avaliação, para resolver um problema de amanhã, pode colocar em causa todo o futuro. Vender a alma ao diabo é o reflexo de quem não planeia, e de quem não tem planos A,B e C, que permitam sobreviver nas mais diversas situações.

É necessário sensibilizar, formar, evangelizar sob pena de nos tornarmos, mais uma vez, o pior exemplo da Europa.

Ler o relatório: Aqui

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